segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A beleza do teu léxico


Quando nossas línguas se encontram, não é preciso um dicionário para compreendê-las.

Cada gesto traz significado e profundidade 
Cada olhar, a explicação que carece de sujeitos e predicados.

Quem sabe um livro me desse conta de teu silêncio mais breve,
Ou uma crônica desnudasse as palavras cuidadosamente escolhidas.
Inútil, pois que páginas complexas seriam rasgadas pela singularidade do teu toque sereno

Mergulho nas entrelinhas de tuas verdades em busca da essência de uma alma pulsante
E tudo que encontro é esse oceano de cândidas contradições.
Pouso meu olhar sorridente no espelho d'água de tua íris
E a única resposta que enxergo é a multiplicação de perguntas desapressadas.

A beleza do teu léxico não vem da sintaxe precisa ou da riqueza semântica.
Está na simplicidade complexa das pausas certeiras
Pinçadas a esmo num universo de certezas errantes

Alma bela porque inquieta.
Instigante, pois doce,
Sem, no entanto, trazer a apatia dos que tudo aceitam
Ou a fúria de quem não mede as consequências do intempestivo.

Conquista-me ao revelar-te
Ganha-me ao esconder-te.
No fundo, porque busco não tuas convicções,
Mas os caminhos mais floridos de tuas sinuosas interrogações.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Reflexos


Será que estamos preparados para sermos nós mesmos, com a alma despida dos preconceitos, medos e julgamentos? Conseguiremos caminhar pelas palavras sinceras sem nos ferirmos com espinhos ou escorregarmos na espuma da falsa brandura?


Um dia, um bom dia será simplesmente o desejo de um dia bom e não a expressão protocolar. A felicidade estará não em minha promoção, meu status ou nos elogios recebidos. Sonho com aquela manhã em que bastará olhar o sol pela janela e agradecer por cada amigo existir.

Aliás, ainda sonho fazer amigos com a pura intenção de sorrir na sua presença. De deixar o tempo passar suave como uma brisa de fim de tarde e compartilhar dos bons sentimentos sem, no entanto, esperar uma gota que não seja por pura sinceridade. Poderei dizer 'eu te amo' e ser verdadeiramente compreendido? Ou amar ainda será verbo intransitivo, exclusivo e excludente?

Se for, não verei o mesmo amor que criou os sorrisos, os olhares, o cantar de um pássaro ou a beleza da singularidade. Todo o mundo não passará de reflexos num espelho distorcido a nos aumentar o ego ou diminuir o moral.

Ainda assim, valerá a pena viver pelo simples prazer de aprender com cada pegada. Ora em desertos de solidão, ora em nuvens de esperança. De qualquer modo, sempre em passos de gratidão.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Assim sou


Por crer num mundo mais puro e honesto, vi muitas coisas ruírem. Da ruína, tenho juntado os cacos para meu aprendizado. E confesso: carrego um certo orgulho infantil de querer que olhares sejam verdadeiros, pessoas ajam conforme pensam e não se magoem com a crítica ou inflem seu ego com o elogio.

Sei que esse é um mundo distante, mas não me ensinaram a viver em outro. Por isso sofri e aprendi tanto em tão pouco tempo. Mas sorri bastante também. Inclusive quando muitos pareciam sérios demais com seus afazeres.

De uns tempos para cá, e cada vez mais, tenho seguido o caminho do coração, mas sem abrir mão de uma coisa: caráter. Quero poder olhar nos olhos dos meus amigos e perceber em suas ações a única e singela vontade de serem felizes sem que isso custe a infelicidade alheia. Então seria pedir muito que não nos escondamos em nossas vaidades, preconceitos, falsos julgamentos?

Também seria exigir demais que o amor sempre liberte em sua essência, pureza, honestidade, com o único propósito de existir pela beleza de se conjugar a cada instante? Que a boa vontade seja algo assim natural, como um abraço, um beijo ou um desejo de boa sorte? 

Se isso for muito, rogo a Deus que proteja meu caminho e me faça entender um pouco dessa vida louca.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Amor incondicional


Eu acredito no amor puro. Acredito que pessoas podem se abraçar com simples intenção de trocarem afeto e sentirem-se umas às outras. Que podem se ver com ternura sem segundas intenções.

Acredito no poder do amor sincero, maduro, digno. De um sentimento verdadeiro, ético, belo e instigante.

Enquanto eu crer nesse poder, vou viver em busca de amores. Amores errantes, sinuosos, imperfeitos e por isso mágicos. Não precisam virar rolo, namoro, noivado ou casamento. Apenas que se bastem por sua essência. Que nos engrandeçam, sublimem, façam pensar e crescer.

Eu te amo, você sabia? Ainda não aprendi a me amar como deveria, e por isso esse amor tantas vezes não transparece, outras tantas é vacilante, temeroso. Mas te tenho como irmão ou irmã, amigo ou amiga, cúmplice.

Seus problemas? Estou aí para eles sim. Pode me contar. Tenha aqui um braço amigo para ajudar a suportar o peso sobre tuas costas. Posso não saber como, mas acredito na força transcendental da união. Juntos venceremos sempre.

Seremos amigos, amantes, amores, o que Deus nos permitir. Amo viver. Esse amor nos junta para sempre, mesmo que jamais venhamos a nos conhecer definitivamente.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Erro e consciência


Uma das artes mais difíceis para o ser humano é perdoar. Não apenas o erro alheio, mas o sentimento de culpa que vez por outra atormenta nossa consciência por aquilo que poderíamos ter feito melhor ou simplesmente pelo que deixamos de ser.

O auto-perdão é tão ou mais importante do que o perdão às falhas dos outros, porque nos livra das amarras da culpa. É, antes, um ato de desprendimento do ego, sempre a nos cobrar perfeição no agir, sucesso nos afazeres, defesa do espaço - tangível ou não -, preservação da autenticidade e manutenção do status.

A auto-punição corrói reações psíquicas e as relações pessoais. Põe fim a amizades, desata casamentos e limita o agir. Apenas por querer preservar nossas máscaras sociais ou prestar contas de nossa pseudo-integridade, punimos inconscientemente nosso campo mental e flagelamos sutilmente nosso corpo perante o ambiente que deveria nos acolher.

Diante da impotência do não-perdoar, ora tendemos à depressão, ora atiramos contra o mundo, espelhando nos que nos cercam nossas próprias carências, construindo assim falsos pontos de apoio para levarmos nosso dia-a-dia com cacos mal-juntados de personalidade.

Não devemos ser tão rígidos com nossa integridade. A fragmentação do eu em diversas personas - o eu-pai, o eu-filho, o eu-amigo, o eu-empregado - é necessária à nossa sobrevivência em um mundo que nos cobra rapidez, desempenho e resultados.

Mas a desculpabilização como exercício diário nos faz reler nossos atos sob uma perspectiva menos dolorosa. Aos poucos, nos damos conta de nossas máscaras punitivas ou evasivas e preparamos nossas almas para uma integridade fluente que vai além das imposições e restrições auto-sugeridas.

A partir daí, a consciência tende a rumar à generosidade e, quando menos nos damos conta, já sabemos sorrir para nossos acertos e jurar amor eterno aos erros que nos fazem crescer.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Gotas de liberdade


Cada pedaço de nosso mundo é virtual, é imaterial, é fluido, é social. Nada aqui me pertence ou te pertence. Se está aqui, é nosso.

Os textos, as fotos, os vídeos, os momentos e pensamentos compartilhados são nossos não apenas porque os temos por caros, mas por virem de um sentimento vivenciado por nós, apropriado e reproduzido por cada um em sua singularidade, mas ao mesmo tempo pela comunidade que nos forma.

Se nascemos livres, cresçamos livres, e que o poder da palavra seja a liberdade manifesta!

Viva o poder do elogio que não nos faz cativos! Viva o amor liberto, porque amor só se conjuga assim: nós nos amamos a todos. E nos elogiamos, e nos flertamos, e trocamos fluidos e experiências.

Não ao aprisionamento, ao bloqueio, à palavra e ao gesto que restringem e exclusificam. Não ao ciúme, à inveja e à soberba, filhos do despotismo de uma ordem que nossas almas saberão sepultar no curso de nossa história.

Vivemos a era das relações fluidas, do amor fluido, do afeto fluido. Não dá para separar mais o homem de sua produção nem de sua reprodução, e não há propriedade quando cada um de nós contribui com um andar nesse imenso castelo, ainda que de areia, que é o mundo moderno.

Em cada momento vivido, em cada produto, por mais material e impessoal que pareça, há a pegada da singularidade, do único, do criativo, do belo, enfim, do divino, que é a volta ao Uno.

Nós somos autores de nossa existência. Então tratemos de cumprir o dever de contemplar e reproduzir o belo que há em cada um de nós, dia após dia, menos preocupados com nossa imagem e privacidade e mais com o bem-estar dos que nos cercam.

sábado, 1 de junho de 2013

Julgamento e sabedoria



Julgar pra quê? Quando a chuva cai, não julga se vai dar vida a novas plantas ou destruir cidades inteiras. Assim que o sol nasce, não questiona se será o vilão dos que não suportam o calor ou a beleza da paisagem enamorada.

Se Deus que é onisciente me concebeu, mesmo sabendo de cada falha que eu poderia cometer, mesmo conhecendo a fundo a alma do seu filho, sequer julgou se eu merecia ou não estar aqui, porque serei eu a julgar a falha alheia? Ainda julgo porque erro. E erro porque julgo. É recíproco enquanto eu for aprendiz. E nessa escola onde somos todos alunos e professores, a falha de uns é acerto de outros.

Por que seria você a atirar-me a pedra? Se julgares que mereço, faça-o. Mas tenhas certeza de que um dia terás a oportunidade de refletir por isso. Refletir como faz um espelho ou um riacho aos seus pés. Projeta tua imagem e te fazes crer que és único, sem perceber que não passas de uma projeção distorcida de ti mesmo.

E que curioso! Vivemos por essas projeções. Através de imagens falsas ou incompletas de nós mesmos ou daquilo que nos dizem para ser ou fazer. Quantas vezes nos perguntamos o que fazemos aqui?

A resposta a essa pergunta se chama busca. Por isso é uma estrada sem fim. Sem fim mas jamais sem rumo. Cada passo fica registrado. Se te ofendo, o perdão começa em mim. Se me maltrato, quem sabe a cura esteja em você?

Por que somos irmãos? Talvez porque o outro seja nada menos do que a extensão de cada um. Minha alegria só se completa quando te faço sabê-la. E meu luto só diminui quando olho para sua dor.

Se meu coração anda doente, não se conforma com a tua realização e trabalha em silêncio para que ela se desmanche. É nossa infância de espírito sem saber lidar com o brinquedo que não temos. Não seria tão melhor reconhecer e aprender em vez de julgar?

Por que o do outro é sempre mais gostoso? Porque sem o outro nada faria sentido. Por isso adoramos as fotos, os blogs, orkuts, facebooks, mp3, o bate-papo com os amigos e o almoço da família. Por isso choramos a partida de um ente querido. É um pedaço nosso que se vai, mesmo se um dia outro quiser essa vaga.

Nosso dia é curto. São 86 mil segundos que passam num piscar de olhos. Os anos se vão em bem menos tempo. Quando nos damos conta, lá estão os fogos a espocar nos céus e a esperança em nossa alma.

Então, por que julgar, criticar, ofender, magoar? Não podemos simplesmente sorrir ou chorar? Deixar fluir nosso sentimento como ele vem ao mundo. E nos abracemos diariamente, ainda que em pensamento, numa corrente de amor sem fronteiras.

Faz bem para os espíritos, faz bem para as cidades, famílias, para o meu vizinho, o seu, para o nosso país e para o planeta em que vivemos. Ele anda doente e só pede um pouco mais de amor. E isso nasce com cada um de nós. Pode acreditar.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Era apenas um homem


Um dia ela acordou com os olhos distantes e cheios d'água. Acabara de perceber que seu príncipe não passava de uma fantasia. Tratava-se de um homem normal, com erros, acertos, no máximo com uma capacidade inata de cativar, fossem pelas palavras, fossem pelos olhares, fossem pelos gestos.

Ela comprou o príncipe gastando toda a mesada de sua imaginação, pois precisava preencher aquele vazio que a angustiava. Fez-lhe juras de amor, escreveu declarações maiúsculas e tinha a certeza de que, quanto mais se doasse a sua paixão avassaladora, mais perto da felicidade teria chegado.

Descobriu que príncipes não existem quando sentiu o aroma do vinho. Era semelhante ao das uvas e dos sucos que sua mãe preparava para ela com tanto carinho nas refeições. Mas o vinho tinha um toque diferente, especial, meio amadeirado e meio floral, tal qual certos tipos de perfume.

Resolveu conversar sobre isso com sua avó, que a fez sentar-se calmamente à cabeceira de sua larga cama para dizer-lhe: buscas o perfume do vinho em uma uva? Não irás encontrar. É como achar que um quadro é a soma das cores nele impressas ou que um concerto é simplesmente o conjunto dos ritmos ditados por cada instrumentista.

Há uma sabedoria inerente ao vinho, aos quadros, aos perfumes, aos sons e à vida. Se não curtisse no barril de madeira, o vinho seria suco ou, no máximo, vinagre. Se o perfume não tivesse a melhor combinação de aromas, não seria tão marcante, continuou. Se a tinta não secasse, o quadro seria um conjunto de borrões, pois que, transportado para lá e para cá, perderia sua forma e não seria belo como antes.

Sem precisar dizer mais uma palavra, sua avó pediu que dormisse. E, em dormindo, acreditasse mais nos sonhos, que observasse mais o balé suave e harmonioso da vida. Que acreditasse menos no mundo ao redor e em suas imposições. Mas, acima de tudo, que cresse mais nela própria. Naquilo que seu coração lhe dizia nos poucos segundos em que permitia o mundo a sua volta silenciar-se.

Foi quando ela dormiu. E acordou com os olhos marejados e pensamentos distantes pela morte de um príncipe que acabara de perder o encanto.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

De pais e paixões


Muitas vezes me pego de volta ao campinho de terra em Maria Paula. Lá, até hoje faço minhas defesas arrojadas, dribles improváveis, gols e, principalmente, revejo meus amigos. Se, de fato, rumasse para aquelas bandas, encontraria meu sonho consumido por casas que justificam a expansão imobiliária na região e, provavelmente, não encontraria um terço de quem imagino lá estivessem.
Não importa. Uma das frases que aprendi com meu pai é: onde está o seu coração, ali está o seu tesouro. Pois de tempos em tempos vou reivindicar meu quinhão. E descubro que ele se mistura com lembranças de um menino que andava descalço por ruas de terra e fazia da pequena vila um grande autódromo com corridas disputadas de bicicleta num espaço onde mal cabiam carros.
No quarto, o grande estádio da cama, com gol de caixa de sapato, jogadores-pregadores coloridos e um narrador empolgado por brincar de ser Deus e criança em plena adolescência. No campeonato do quarto, manipular resultados não era antiético e o vencedor poderia mudar ao sabor dos gritos de gol fabricados numa fração de segundo.
Marcelo, pai de arquibancada, ensinou-me a torcer pelo Botafogo como um autêntico botafoguense. Nas curvas dos assentos acimentados do Maracanã ou sob o sol niterioense de um Caio Martins, me apaixonei pelo futebol com a mesma intensidade que ele torcia pelo Bota. Ele era daqueles capazes de dizer: não gosto de futebol, gosto é de Botafogo.
Fosse por Marcelo, talvez hoje não seria um jornalista esportivo. No máximo, um dos muitos corneteiros de plantão das arquibancadas. E como seria divertido isso! Gritaria contra o técnico, xingaria o lateral que não cobre, o meia que não sabe passar e o atacante que se cansa de perder gols e provocaria de vez em sempre quem não vestisse o preto e o branco.
Mas havia Francisco, de quem herdei meu segundo nome e meu sobrenome. Austero, comedido, perspicaz, um mineiro cruzeirense que freqüentava a sede do Flu e dizia torcer pelo Botafogo. E torcia, de fato. Não como Marcelo. Meu pai era cerebral, racional, lógico. Perdeu por isso, venceu por aquilo, não merecia vencer, tinha de ganhar...
Tudo levava a crer que meu pai não era um autêntico botafoguense, mas ele revelava sangue alvinegro no pessimismo crônico. Por outro lado, quantas não foram as vezes em que o vi abrir mão de torcer pelo seu time de infância para compartilhar da felicidade dos filhos? Não me lembro de um Cruzeiro x Botafogo sequer que tenha feito seu coração pender para o lado celeste.
Com ele, aprendi a ver rivais mortais apenas como adversários esportivos. E entender que futebol era apenas um jogo. Um balé lindo, eterno, de vencedores e vencidos que se alternam em intensidade e freqüência como num perfeito concerto musical. Perder ou vencer depende do ponto de vista, quem sabe do humor de quem torce... E vi que tinha escolhido o lado dos perdedores só para encher meu coração de alegria nas poucas vezes em que saísse vencedor, a curtir uma alegria permitida a poucos.
Perder deixou de ser doloroso com o passar do tempo, justo por conta do aprendizado que meu pai me deu. Já Marcelo virou uma espécie de termômetro das arquibancadas. Sempre que quero saber como está o alvinegro, recorro a ele,afinal, ninguém vive Botafogo mais intensamente do que meu segundo pai. E quando quero deixar de lado o traje de jornalista para viver o torcedor apaixonado, é ao lado dele que acompanho a missa campal dos domingos.
Se alguém algum dia procurar essa alma alvinegra e não encontrar, tente um dos inúmeros estádios espalhados pelos sonhos de cada torcedor deste planeta. Estarei numa daquelas curvas, a inspirar sempre as letras de quem escolheu o caminho da paixão por contar um esporte que escreve torto por linhas mais tortas ainda.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Doce caminho



Felizes dos que sabem quem são e para onde vão. Para eles, nunca há morte. Apenas recomeço.

Quem caminha a passos lentos como se pisasse um jardim de rosas sem lhes  ferir uma pétala sabe que dor não se cultiva.

Quem sorri a um mendigo como sorri a um príncipe sabe que sofrimento é purificação.

Quem aprendeu a não ter inimigos sequer terá a última como ameaça. 

Almas assim não se libertam. Já estão livres por essência. Estar aqui ou lá para elas é indiferente.

Pobre de nós que precisamos desses pingos de luz e lamentamos quando alguns deles se apagam.

Na verdade não se apagam. Mas estamos prontos para enxergá-los além?

Quem é essa doçura de alma que cura a maldade do mundo com sua simples presença?

Quem é Deus? Olhe para esses cabelos brancos e comece a descobri-lo em sua pureza. 

Ela não reclama.

Ela sorri sempre.

E se basta em sua pureza.

Esboço de infinito.

Por isso permanece

A rogar por um mundo melhor.