sábado, 10 de fevereiro de 2007

Mãos que libertam


De todas as fotos, a mais bela. Não pelo sorriso encantador ou pelas frases inteligentes. Bastou estar para ser. E como tocou.

Durante muito tempo trabalhei com crianças especiais. Ensinava um pouco de evangelização a elas. Hoje, meu pai segue no trabalho e eu, por absoluta falta de tempo, infelizmente tive de me afastar.

Meu insrumento de transformação sempre foi a música e a palavra. Outras vezes o desenho. De qualquer forma, o amor. E foi amor o que vi transbordar na foto mais especial dela. Impossível não me recordar de quando tocava acordes de luz e esperança àquelas pessoas.

Frágeis por fora, tesouros por dentro. Uma lição a cada encontro. Por isso, mãos que curam recebem luz na mesma proporção. Transbordam na alma a felicidade de transformarem vidas com um simples toque - singelo para nós, suficiente para eles.

Ela de branco é redundância, pois que sua alma já está clara quando age por profissão. Porque assim age por paixão e amor incondicionais. É uma alma especial que daqui em diante vai dedicar sua vida a cuidar de tantos outros especiais. Eu só posso ser feliz por conhecer, ainda que de longe, alguém assim.

E termino minha noite me lembrando dos dias em que letras curavam, palavras transformavam, e sonho com o dia em que tiver ao meu lado curadores de almas. Simples, transparentes, verdadeiros. Brancos como a roupa que usam por vezes. Sorridentes como lhes apraz seu principal instrumento de trabalho: a candura.