quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O maior artilheiro do mundo

* Mais um texto antigo, publicado ano passado no meu blog. Cai bem, no entanto, a todos os botafoguenses já "viúvos" do matador André Lima. Quem sabe o protagonista da história não venha a ser o próximo artilheiro do Fogão?


O Guiness Book registra o australiano Archie Thompson como o jogador que mais marcou gols em uma só partida. Nas eliminatórias da Copa de 2002, a Austrália fez 31 a 0 em Samoa Americana. Thompson anotou 13 e entrou para a história do futebol. O recorde mineiro de gols em uma só partida pertence a Ninão, ex-jogador do Cruzeiro. Pelo Campeonato Mineiro de 1928, o centroavante fez 10 gols contra o Alves Nogueira, de Sabará.

Porém, tanto Thompson quanto Ninão tiveram recentemente suas marcas batidas. O maior artilheiro de todos os tempos, em um só jogo, é Ricardo do Fardo. Pouquíssimos devem conhecê-lo. O time pelo qual ele atua disputa apenas o Campeonato Rural do pequeno município de Tocantins-MG. Ainda assim, o seu feito não deixa de ser histórico, digno de documentação nos papiros do futebol.

Na partida válida pelo Ruralzão-Tocantins 2006, Ricardo do Fardo marcou todos os gols do Guarajá contra o Só Show. O Só Show levou um verdadeiro “showcolate”. A partida terminou 21 a 0. “Hum? Então o cara marcou 21 gols?”

Deveras!

De acordo com Marquinho Cassiano, companheiro de time e testemunha ocular da façanha do artilheiro, nenhum jogador do Guarajá, além de Ricardo, fez sequer um golzinho. Marquinho ressaltou que Ricardo prometera aos defensores do Só Show - time sem chances de classificação no campeonato - um fardo de refrigerantes, caso eles facilitassem sua vida. Por isso, sem contar o espaço na história, Ricardo ganhou também um apelido.

Assim como grandes craques do futebol brasileiro [Jair Bala, Roberto Dinamite, Didi Folha Seca e Jorginho Carvoeiro], Ricardo do Fardo não poderia atingir a fama sem um pseudônimo emblemático. O recorde pode ser contestado devido à condição de atleta amador de Ricardo do Fardo. Sem considerar ainda o fardo de refrigerantes que ele pagou em troca de um refresco dos zagueiros.

Mas quem é que, mesmo naquela pelada de fim-de-semana, já marcou 21 gols em um só jogo? Com fardo ou sem fardo, é tarefa das mais tortuosas. Enquanto não aparecer um que tenha marcado mais de 21 gols em 90 minutos, Ricardo é quem carrega o fardo de ser o maior artilheiro do mundo.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Ao som da bola

* O texto abaixo foi postado há um ano no meu blog e adaptado para o Nem dou bola. Momento bem propício para a estréia neste espaço e para essa postagem. Afinal, os Jogos Parapan-americanos já estão batendo à porta.

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O que faz do futebol o esporte mais popular do mundo é justamente a sua praticidade. Não são necessários equipamentos complexos, nem mesmo aptidão para o esporte. Uma bola qualquer, um espaço delimitado e demarcações para as duas balizas. São os requisitos básicos para bater aquela tradicional “pelada”.

E, nessas condições, costumam surgir os melhores jogadores; nos subúrbios, nos campinhos de terra ou de várzea. O futebol não é exigente. Em qualquer lugar, quem quiser pode jogar.

Então, como distinguir um bom jogador dos demais?

Velocidade? Força física? Habilidade? Perspicácia? Visão de jogo? Mas quem disse que é preciso visão para jogar bola?

O "futebol de 5" é prova concreta de que a bola rola para todos. A modalidade é disputada por deficientes visuais e segue basicamente as mesmas regras do futsal. A quadra é adaptada para 40m x 20m e as partidas disputadas em dois tempos de 25 minutos.

As equipes têm quatro atletas de linha que jogam vendados. O goleiro enxerga normalmente. No entanto, ele só pode atuar em uma área reduzida, de 2m x 5m. Dentro da bola há um guizo, através do qual os atletas a localizam em quadra. Eles são orientados também por um “chamador” - técnico da equipe – que fica atrás do gol adversário. Por isso, nos jogos do futebol de 5, costuma-se pedir silêncio aos torcedores, que geralmente só vibram na hora do gol.

O Brasil é o atual campeão paraolímpico da modalidade. A seleção brasileira ganhou a medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004, após vencer a Argentina na final - se bobear, até em futebol de botão os argentinos também são fregueses. Medalha que o país ainda não conseguiu ganhar em Olimpíadas.

Os brasileiros são favoritos nos Jogos Parapan-americanos Rio 2007, que começam na semana que vem, de 12 a 19 de agosto.

Assista aqui a um vídeo da Associação de Esporte e Cultura para Deficientes Visuais, a URECE. A Associação trabalha no estado do Rio de Janeiro incentivando o esporte e promovendo o acesso à cultura por parte dos deficientes visuais.

Dá para notar que nem mesmo a falta da visão impede a prática de um futebol bonito de se ver.

sábado, 4 de agosto de 2007

Não tente ser imparcial

Essa frase deveria ser estampada em todos os quadros-negros das faculdades de jornalismo pelo Brasil. Não vale a pena se formar achando que tem como se isentar de um dos lados ao tomar partido de uma questão qualquer. Viva a liberdade de puxar a brasa para a sardinha, porque quem acha que pode escapar dessa fatalidade anda escorregando feio.

Que o diga o Flávio Prado, que se notabilizou como apresentador do Cartão Verde, da TV Cultura de São Paulo e, atualmente, dirige um programa esportivo na Gazeta, também na maior cidade do país, além de assinar uma coluna no site Gazetaesportiva.net. Lembro-me do Flávio criticando ardorosamente os apresentadores que se rendiam ao poder da publicidade e aceitavam dividir espaço e tempo em seus programas com anúncios dos mais diversos. Foi capa da Carta Capital lá pelo ano de 2003. Dizia que, ao fazer isso, o comunicador perdia a liberdade de criticar o anunciante, caso precisasse. Tinha razão. Mas o que dizer de falar mal do futebol alheio só porque você nasceu no estado vizinho? Pois a parcialidade deu uma goleada em Flávio nesta semana quando o jornalista se meteu a dar opinião sobre o doping do jogador Dodô, do Botafogo.

Abre aspas o Flávio, em sua coluna no site Gazetaesportiva.net "Dodô está liberado para jogar depois da prova e contra prova de sua urina ter dado positivo no exame anti-doping.(...) Não é de hoje que o Botafogo é beneficário desse tribunaleco, ou alguém esqueceu do caso Sandro Hiroshi. Aliás, há um jogador do Juventude, Alex Alves suspenso pela mesma substância e pelos mesmos auditores. É uma vergonha./ Se Dodô for inocente o Botafogo foi no mínimo displicente e teria que ser punido. Aliás penalizados só foram os clubes que enfrentaram uma equipe com jogadores turbinados, sem qualquer punição".

Prado fala de um complô para ajudar o alvinegro carioca, que não vem de hoje e insinua que o clube teria dopado intencionalmente seus atletas e que, por isso, eles estariam tão bem, justificando inclusive a liderança no equilibrado e difícil campeonato brasileiro. Reparem na palavra "turbinado" cheia de más-intenções, quando se refere ao clube.

A acusação que pesa sobre Dodô tem origem no erro de manipulação de um laboratório, que misturou acidentalmente traços de uma substância proibida com cafeína, composto permitido e utilizado amplamente pelo Botafogo em seus atletas. Isso ficou evidente em uma análise particular encomendada pelo próprio clube. A questão é que, perante a justiça, o laboratório não quis assumir. Como se fala em responsabilidade objetiva, fica sempre a hipótese de alguém do clube ter intencionalmente contaminado seus próprios atletas, ainda que isso vá completamente contra o bom-senso.

Quem conhece um milímetro de Dodô sabe que o atacante seria incapaz de compactuar com a insanidade de se dopar com Femproporex, uma espécie de "bolinha" mal-acabada usada por caminhoneiros no Brasil, que traz mais efeitos colaterais como enjôo, náuseas, surtos psicóticos, entre outros, do que benefícios a um atleta de alto rendimento. Definitivamente não condiz com o caráter do artilheiro, primeiro porque ele não precisa disso. Segundo porque ele até poderia ser mau-caráter, mas burro não.

A mágoa de Flávio, no fundo, é com o futebol carioca. Com o Botafogo, que pediu pontos de um jogo que havia perdido de goleada, em 1999 (6 a 1 para o São Paulo) e escapou de ser rebaixado na ocasião (o tal caso Sandro Hiroshi que ele cita). Mágoa também do Fluminense, que caiu para a segunda divisão em 1997, fez manobras políticas para não descer e, quando conheceu o fundo do poço em 1999, voltou da terceira divisão diretamente para a primeira. Por que não dizer, uma pontinha de ressentimento com o Vasco dos mandos e desmandos de Eurico Miranda, como na final da Copa João Havelange de 2000, quando o Vasco conseguiu remarcar uma partida dura contra o São Caetano após a queda de um dos alambrados do Estádio de São Januário. Pensando bem, raiva também com o Flamengo, que, segundo comentários dele próprio na TV Gazeta, só não está na segundona porque é constantemente ajudado pelas arbitragens. Em suma, por ele o futebol carioca bem que poderia explodir.

Mas, estranhamente, vai bem. O Fluminense é o campeão da Copa do Brasil e garantiu vaga na Libertadores da América, competição mais importante do continente. O Vasco está entre os primeiros e, se o campeonato acabasse hoje, estaria também classificado. O Flamengo vai mal, mas é bom lembrar que com vários jogos a menos por causa do Pan-americano. O Botafogo, contra quem Flávio dirige seus dardos do Ipiranga, esse é de matar de raiva. Lidera o campeonato há 17 rodadas, mesmo com seu artilheiro suspenso por um estranho doping manteve a ponta e acaba de ganhar uma licitação para administrar o estádio mais moderno do Brasil: o Engenhão, construído especialmente para o Pan do... Rio de Janeiro. Enquanto isso, São Paulo, que já teve mais de 10 times na primeira divisão, hoje lambe os beiços de ter apenas os quatro grandes, sendo um deles, o Corinthians, na zona de rebaixamento.

É muito para a cabeça desse cidadãopaulista futebol clube.

Aí ele resolve chutar o balde e dizer nas entrelinhas que o alvinegro só é líder porque "turbina" seus atletas com bolinhas de Femproporex. Depois, insiste na picuinha: atesta seu desprezo pelo tribunal de justiça desportiva. Mal se dá conta de que, ao fazer isso, ele despreza sim a inteligência de milhares de leitores ao chutar o bom-senso para escanteio. Flávio, que sempre brigou com os fatos para sustentar sua imparcialidade, acaba de ser surpreendido pelo seu ufanismo bairrista. O pior é que, diferentemente dos que se vendem, permitindo que se anunciem produtos em programas esportivos, não vai ganhar um centavo de recompensa por isso.

Enfim, já deu de Flávio Prado. Apenas para relembrar aos coleguinhas que o Ministério da Saúde Literária adverte: querer ser imparcial faz mal à saúde de vossos textos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Amor não-linear


- Amor não-linear... Isso! É o título da nossa história. "Amor não-linear". E aí não importa se foi num "news edit", passou pelo "final cut" (aliás, nome sugestivo... rs) e não chegou ao avid (ou seria ápice...rs). Pensando bem, dá para fazer uma boa história sim...

- Quando acabar de escrever eu quero ler...

- E tudo terminou quando perdemos a linha!


- Amo tanto você, mas sou tão tapada!


-
Tapada por quê?

- Meu Deus, nossa historia é perfeita!


- Em tese, deveríamos nos completar. Ao menos, profissionalmente é o que se espera. Texto e imagem... mas dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Então o que dizer do choro... o que dizer das palavras que custam a sair no momento da despedida... uma história que
é exibida por um controle-mestre. ora, quem é o controle mestre da vida?

- Deus
. E agora você escreveu exatamente o que somos, texto e imagem

- Pois é. E não estava na programação. O Mestre consentiu mas não aprovou o produto final. Cortes demais, algumas piscadas em negro, ausências de áudio... e assim se vai a história de dois apaixonados. Um pelo que pensa e escreve. A outra pelo que sente e pinta em telas de pixels. E quem ensinou a eles onde começa o sonho de um e termina o do outro. Preferiram ver as diferenças. E texto e imagem, no fundo, só serviram para dizer que na vida só se aprende fazendo. Quem vai entender a cabeça desse roteirista genial que é Deus

- Talvez quando o filme acabar a gente consiga entender o pq dessa historia louca que ele nos escreveu


- Verdade. E o "felizes para sempre" só é contado depois que o filme acaba.


- É...
queria ser a editora desse filme e saber o final do roteiro

- Bem, não podemos dizer que Ele não nos deu a oportunidade. e foi Ele mesmo, porque não nos conhecíamos sequer e de repente estávamos trocando beijos, carinhos e amor em uma cama e por telefone, né?
Talvez os atores sejam demitidos depois dessa pré-produção rsrs e tudo terminou quando perdemos a linha rs

- Quero ler o produto final. Pelo menos eu guardo para ficar lendo quando sentir saudades de nós dois...
Vamos dormir?

- Vamos sim. Pra variar, com os anjos. E tomara que não sejam tão atrapalhados como nós!


- Boa noite, durma com os anjos. E estou muito orgulhosa de você!


- Obrigado! E desculpa pela veemência de hoje. Você vai vencer, pode acreditar! Bjão!


- Agora já passou... E quase acabou mal
.

- Quando for sair para andar de bicicleta no aterro me chama, eu tenho uma bicicleta rosa!


- Quem sabe não comece por ali uma nova história?
Diários de bicicleta!

-
Olha, do fundo do meu coração triste, EU TE AMO DEMAIS!!

- Beijos!!!!!!! Do fundo do coração!!!! Muito amor pra você!!!!!


- Eu queria que você me amasse como amou as outras
. Fica com Deus... Bjs.

- Te amei sim, sua boba!
Bjs!