domingo, 27 de abril de 2008

Na estrada


Na estrada...
Só ou acompanhada?
Tudo ou nada...
Ser amada?

Teus olhos contemplam o mar pálido
E sob o coração jaz céu esquálido
Faz-se noite o dia
E tristeza a alegria

O luar no dia da noite é luz
Mas na noite do dia não reluz.
A tristeza, companheira do céu...
Mel ou fel? Léu.

Ah, índia...
Queres a liberdade da natureza
A simplicidade e a beleza
Quem roubou tua pureza?

Queres ser como o rio
Seguir livre teu curso,
Driblar pedras anos a fio
Não te importas o discurso.

Tentas, em vão, reter o passado
Mas do coração, só o enfado
Recordação... Tudo acabado?

Versos minguam como o escuro que te acolhe
A aurora vem
Mas, pra ti, a noite é além.

E reserva teu sol para o trabalho,
Enquanto procuras atalho
Para trazer de volta a lua
Só tua.

De volta ao caminho, a rua.
Distante carinho,
Amor que floresce e esquece,
Paradoxo de uma vida que não aquece.

E, no inverno, persiste o amor
Como na primavera a flor
No verão o calor
E no outono a dor.

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