terça-feira, 24 de abril de 2007

O Henry é bacalhau

Daria um bom enredo para o carnaval 2008. Henry acaba de receber um kit oficial do Vasco da Gama, em Londres. Semana passada, o brasileiro Denílson revelou que o carrasco do Brasil na Copa do Mundo se encantou com os gritos da torcida cruzmaltina. Não pára de repeti-la nos vestiários do todo-poderoso Arsenal.

Imagina a cena: Henry se prepara para enfrentar o Manchester United pelo campeonato inglês. Organização impecável, torcida ordeira, arrecadação invejável. Tudo perfeito, mas nada, absolutamente nada supera na mente do francês os ecos de... Vasco! Vasco!

Ponto para o futebol carioca. Simples, folclórico e cativante. Terra fértil onde, em se plantando, tudo dá bola. Por aqui (ou lá), Obina é melhor que Eto'o, Túlio é Maravilha, Renato reina de barriga e, pasmem!, o Henry é Bacalhau!

Honestamente, que outro pedaço no planeta bola pode oferecer tanto por tão pouco fora das quatro linhas? Parece que os braços do redentor da Guanabara são mesmo generosos com os reis do espetáculo. Arquibancadas criativas, coloridas, redes balançando o tempo todo.

Infelizmente, no Rio tudo o que tange à paixão nacional sobra. Se a alegria é abundante, a violência também; se o folclore é rico, a desorganização idem. Muita gente para mandar, bagunça demais.

Mesmo assim ainda encanta gente como Thierry. No fundo, no fundo, o francês gostaria é de ver os frios aplausos britânicos trocados pelo grito de: Ih! É o Henry!

Do outro lado do mundo, nós, amantes do espetáculo, seguimos sonhando com um futebol um pouco, mas só um pouquinho mesmo, mais parecido com o inglês em termos de organização. O Midas do futebol, que transforma jogadores machucados e aposentados em craques, constrói e destrói mitos como uma criança faz com seus brinquedos merecia mais carinho de seus gestores.

Mas aí seria pedir demais.

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