De goleiro vale dois
Lei de atração, só pode ser. Quando os homens de luva resolvem errar, parece que combinam. Senão, como explicar as falhas grosseiras desse fim-de-semana, pelos estaduais do Brasil?
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O vencedor da Palma de Lata é Fábio, do Cruzeiro. Final do Mineiro, 3 a 0 Atlético, eis que seus companheiros erram a saída de bola. Como desgraça pouca é bobagem, lá vai o meia atleticano sozinho com a redonda. Ele chuta e... cadê o Fábio? Fábio caminha pacificamente como se cruzasse a Lagoa da Pampulha num domingo de sol.Digamos, então, que ele errou por pouco. Já era tarde em BH e, mesmo estando no bairro da Pampulha, a lagoa fica do lado de fora. Dentro ficam as bolas. Uma do terceiro gol, que o goleiro estava indo buscar. A outra do jogo, que um gandula se apressou em repor - talvez querendo adiantar a vida da equipe celeste. Sem saber que a partida havia recomeçado, o pacato cidadão nem dá bola para o jogo e leva um gol histórico. Nunca um goleiro desprezou tanto seu ofício. Fosse um engenheiro, derrubava o prédio; fosse um advogado, perdia a causa; fosse um médico, costurava o paciente com o bisturi dentro. Como é goleiro, só leva vaia.
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André, do Juventude, errou a direção da bola. Enquanto ele ia, a gorducha atrevida voltava. Tomou um balão inapelável da incompetência e nem teve como se defender. Cobertura amarga, gol do Grêmio, que, naquele momento, fazia 2 a 1 em Caxias do Sul. Para o bem da biografia de André, o jogo terminou empatado.
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Empate também no Maracanã, no primeiro jogo da decisão carioca entre Flamengo e Botafogo. Diante de Renato, do Rubro-negro, o goleiro Júlio César cai diante do último drible. Sem alternativa, passa a perna no jogador e ganha o olho da rua. Sorte (ou azar?) de Max, que recebe de mão beijada a chance de ser titular naquele jogo e no próximo, já que o companheiro cumpriria suspensão. E o que Max faz? Leva o gol, ameaça tomar dois frangos e, não satisfeito, entrega a bola nos pés do atacante Souza, que decreta o empate: 2 a 2. Definitivamente, o treinador de goleiros alvinegro vai precisar tomar calmantes para dormir.
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No totó (pebolim ou fla-flu, depende da região), dizem que gol de goleiro vale dois. Pois no fim-de-semana que começa a decidir os estaduais pelo Brasil, os supostos guarda-metas resolveram reivindicar sua importância. Com mãos bobas, provaram por a+b que, diferentemente de outras posições e profissões, com goleiro é assim: falhou um, pagam todos. E o demitido é o técnico...
Um comentário:
èmeu véio, boa sorte pra nós no domingo...
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